segunda-feira, 19 de julho de 2010

Dor de estomago

Não sei se é apenas comigo, mas tenho certa intolerância a dor, na realidade sem querer ser machista, mas analisando a fisiologia humana, vemos que a mulheres são acostumadas a dor.Não querendo pregar uma certa demagogia, mas esses seres delicados por natureza sofrem todos os meses com a TPM, com as mudanças de clima, com o simples fato de pisar no piso gelado e com seus dramas utópicos.O homem já é um ser mais resistente, tem certa proteção a dor, um estomago forte, uma saúde de ferro, um corpo incapaz de sentir dor. Porem, tão certo como a água do mar é salgada o homem mais cedo ou tarde acaba por sentir dor, seja do coração seja de estomago, virose, gripe ou qualquer outra variação dessas que fuja do seu cotidiano viril.


Estatisticamente falando a mulher sofre mais dores, logo por mais drama que faça esta acostumada, diferente de nos homens, somos tão resistentes e alheios a dor que quando a sentimos ou temos voltamos para nossa posição fetal, nos fechamos do mundo, tentando nos proteger daquela situação tão inusitada, procurando por ajuda para entender, para superar esse estado extremamente incomum ao mundo masculino. Por mais fortes e resistentes que parecemos, quando sentimos dor, entramos numa realidade distinta da que conhecemos, acabamos andando pelo desconhecido, e como tal traz o desconforto, medos e a insuportável necessidade de afeto.

E nesses momentos raros de dor, descobrimos como as mulheres são fortes, acostumadas a dor, sabem lidar e resistir a ela melhor do que qualquer homem, que quando senti dor não consegui reagir a ela, toma atitudes absurdas, fica manhoso ao estremo, necessitando da ajuda feminina, mas orgulhos como somos acabamos precisando mais não pedindo. Logo por mais dores que as mulheres sintam, já estão acostumadas e conseguem pedir ajuda, mas nos homens quando sentimos dor acabamos por destroçar nossos mundos a procura da milagrosa cura, que precisamos que seja trazida a nós por uma dose alma feminina, a proteção que diariamente damos e que nesses momentos tanto precisamos.

Talvez a resposta para essa carência absurda que aconteça em momentos de dor, se deva a proteção materna ou a falta dela que recebemos quando pequenos, e que quando grandes necessitamos. Mas alem disso muitas vezes nos falta o amadurecimento que a dor atrás, e que alguns nunca acabam tendo, logo quando a tem acabam por ter um sofrimento imensurável.

Contudo a dor sempre passa, seja física seja emocional, nada como um chá para resolver as dores, mas como nem toda dor é igual, apenas a erva certa pode curar a dor específica que sentimos.

 
"Ah, mas como eu desejaria lançar ao menos numa alma alguma coisa de veneno, de desassossego e de inquietação. Isso consolarme-ia um pouco da nulidade de acção em que vivo. Perverter seria o fim da minha vida. Mas vibra alguma alma com as minhas palavras? Ouve-as alguém que não só eu?"



"Tudo me cansa, mesmo o que não me cansa. A minha alegria é tão dolorosa como a minha dor.


"Escrevo demorando-me nas palavras, como por montras onde não vejo, e são meios-sentidos, quase-expressões o que me fica, como cores de estofos que não vi o que são, harmonias exibidas compostas de não sei que objectos. Escrevo embalando-me, como uma mãe louca a um filho morto." Fernando Pessoa